O Dom Rodrigo do Algarve, um dos doces mais emblemáticos da doçaria tradicional portuguesa, acaba de alcançar um marco histórico: foi oficialmente reconhecido com o estatuto de Indicação Geográfica Protegida (IGP). Esta certificação representa um enorme passo na valorização cultural, económica e gastronómica deste produto único.
Dom Rodrigo: Um doce certificado
Depois de um longo processo, foi publicada no Diário da República a decisão nacional favorável ao registo da denominação “Dom Rodrigo do Algarve” como IGP, resultado do despacho do Secretário de Estado da Agricultura, em 17 de novembro de 2025. Diário da República
A candidatura foi apresentada pela ADRA – Associação dos Doces Regionais do Algarve, com o apoio de produtores, autarquias e entidades regionais, e agora segue para análise junto da União Europeia, na fase final do processo.
O que significa esta certificação?
A Indicação Geográfica Protegida (IGP) é um selo europeu de qualidade que garante que um produto:
- é produzido em uma área geográfica específica (neste caso, as 67 freguesias dos 16 concelhos do Algarve);
- mantém qualidade, características e reputação ligadas à origem;
- segue métodos tradicionais e criteriosos de produção;
- está sujeito a um sistema oficial de controlo e certificação. Diário da República
Para o consumidor, isso significa confiança e autenticidade: um doce genuíno, fiel às suas raízes e feito de acordo com as tradições que o tornaram famoso.
(In English: A Protected Geographical Indication safeguards traditional products linked to a specific region, ensuring authenticity, quality and origin.)
Dom Rodrigo: um símbolo algarvio com história
A história do Dom Rodrigo remonta ao Algarve do século XVIII, à tradição monástica e associações às cidades de Lagos e Tavira. Veja o nosso artigo sobre o bolo D. Rodrigo
Feito tradicionalmente com:
- fios de ovos
- ovos-moles e miolo de amêndoa
- açúcar e canela
Este doce — desde os anos 30 do século XX embrulhado em papel metálico colorido — é uma expressão da doçaria conventual algarvia que encantou gerações.
Um doce que é uma experiência regional
O Dom Rodrigo distingue-se pela sua composição rica e profundamente ligada ao território:
- Fios de ovos
- Ovos-moles
- Miolo de amêndoa do Algarve
- Canela
Tudo isto envolvido no icónico papel metálico colorido, que transforma cada Dom Rodrigo num pequeno presente. Abrir um Dom Rodrigo é abrir uma história, um ritual e uma experiência sensorial única.
Dizemos sempre aos nossos visitantes que faz parte da visita ao Algarve provar um D. Rodrigo genuíno
Porque este reconhecimento é tão importante
A concessão da IGP para o Dom Rodrigo do Algarve representa:
- reforço cultural e turístico do Algarve como destino gastronómico de excelência. Diário da República
- proteção legal do nome e da receita originais, evitando imitações; Diário da República
- valorização económica para produtores locais, reforçando a competitividade no mercado nacional e internacional; Sul Informação
- preservação do saber-fazer tradicional para as futuras gerações; Sul Informação
Um doce algarvio com futuro
O Dom Rodrigo do Algarve caminha para se juntar ao restrito grupo de produtos portugueses com proteção europeia, afirmando-se como embaixador da doçaria algarvia além-fronteiras.
Na Doçaria do Sul, celebramos este marco com orgulho, conscientes de que preservar a tradição é também inovar com respeito, qualidade e identidade.
Porque um doce com história merece ser protegido.
Docaria do Sul – Doçaria tradicional algarvia com identidade.
O papel da Docaria do Sul
Na Docaria do Sul, celebramos este reconhecimento com orgulho.
Esta certificação IGP é mais do que uma etiqueta — é um acordo entre tradição e futuro, que valoriza a identidade regional e honra o trabalho artesanal de todos os que mantêm viva esta tradição doceira.
Porque doces como o Dom Rodrigo não são apenas sobremesas: são verdadeiros embaixadores da cultura do Algarve.
Fontes
Sul Informação, Dom Rodrigo do Algarve já tem Indicação Geográfica Protegida
Municipio de Lagos: 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝘂𝗺 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗼 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮 𝗰𝗲𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗼 𝗗𝗼𝗺 𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝗟𝗮𝗴𝗼𝘀
